Por Luciano Vicenzi. Falar da velocidade das mudanças hoje em dia é chover no molhado. Isso já é uma regra do jogo. A pergunta que importa é por que há profissionais com dificuldade para ajustar a forma de trabalhar de modo a manter sua relevância e sucesso nesse novo cenário? Porque esse ajuste requer uma reciclagem do modelo mental. E o que pode proporcionar essa reciclagem? Experiência! Que tipo de experiência? Aquelas capazes de abrir a mente o suficiente para ver os fatos por novos prismas, para compreender o diferente, predispondo à transformação, à autotransformação. É esse o significado do termo “experiência” na prática.
Se eu perguntar o que tornou você diferente, quais foram os divisores de água da sua jornada na vida, sua resposta provavelmente será: “passei por uma experiência, e isso me transformou”. Um momento de vida que exigiu um estado de presença, no qual sua mente estava atenta ao aqui e agora, procurando alternativas para a superação de um desafio.
A experiência é o conhecimento ou o aprendizado adquirido por meio da prática, pelo somatório de vivências em algum campo de atuação. Não raro inclui algumas noites mal dormidas, refletindo como resolver um problema crítico. E, em algum momento, uau! Um insight que transformou o inseguro aprendiz em alguém capaz de resolver seus próprios desafios, pelo menos naquele momento.
Mas com que frequências esses momentos acontecem em sua vida? Se você está tendo dificuldades de adaptação ao zeitgeist – o espírito desta nossa época –, eu apostaria que deve ser lá de vez em quando.
Naquela época em que as mudanças aconteciam lentamente, quase de maneira natural, pois a medida em que ocorriam as pessoas já iam se acostumando, a necessidade de momentos de autotransformação era mais espaçada. Geralmente esses momentos ocorriam no dia a dia de uma atividade, não raro, ainda dentro da zona de conforto.
Quando estamos na zona de conforto, com o mesmo modo de trabalhar cotidianamente, a experiência deixa de acontecer. Torna-se apenas robotização, a repetição de um dia após o outro, uma rotina sem grandes novidades, que não gera a necessidade de começar a pensar diferente sobre o que, como e porque se faz algo. Isso não significa que o dia seja tranquilo, você pode correr loucamente o dia todo e, mesmo assim, estar agindo como robô.
Há profissionais que ainda atuam assim, repetindo processos mecanicamente, sem aprender mais nada novo de fato, apenas correm para atingir metas realizáveis mediante processos desenhados há um bom tempo. A dormência cerebral é compensada pela agitação ansiosa em fazer mais do mesmo, a confusão típica entre movimento e produtividade, sem clareza de propósito.
Sob o estresse pela busca de resultados, situação cada vez mais comum hoje em dia, nossa tendência mental é procurar conforto naquilo que é conhecido. O mais do mesmo, porém cada vez com maior esforço e rapidez, com mais pressão sobre alguém. E dessa forma, é possível obter melhores resultados. Será? Se pensa que sim, sinto muito em lhe dizer, mas atualmente suas chances de sucesso profissional são muito duvidosas.
A experiência transformadora requer um novo modelo mental, exige investimento em um processo de autotransformação, saindo da zona de conforto para a zona de desafio. Dentro deste contexto, seguem 7 dicas para começar a preparar sua mente para a mudança:
Por fim, avalie quais foram as mudanças mais significativas que você verificou em seu comportamento na última década. Faça uma lista. Quais tipos de experiências as desencadearam? Só é possível dizer que aumentamos nosso nível de experiência quando modificamos nosso jeito de ser e agir. Curiosamente, o mesmo tipo de raciocínio se aplica ao conceito de competência, só podemos dizer que aumentamos nossas competências quando passamos a fazer algo diferente a favor de resultados que impactam positivamente a qualidade de vida, sua ou de alguém. O detalhe é que hoje as competências socioemocionais são as mais valorizadas. Então, a autotransformação já é uma realidade para você?