Originalmente publicado no Linkedin por Luciano Vicenzi
Por muito tempo, achava-se que o desenvolvimento mental atingiria seu ápice até os 20 anos, mas estudos recentes trouxeram novas evidências. Pesquisadores identificaram 3 tipos de mente, que podem continuar a se desenvolver ao longo de toda a vida. Dentre elas, uma está mais de acordo com o que se deseja dos líderes do século XXI. A boa notícia é que pode-se trabalhar os modelos mentais e romper as crenças limitantes para adequar a própria mentalidade ao novo mundo.
Há aproximadamente 30 anos, tinha-se como certo que a complexidade mental se desenvolveria somente até o início da idade adulta, por volta dos 20 anos de idade. Fosse qual fosse o nível de desenvolvimento alcançado até esse momento, dali em diante tal complexidade não se modificaria mais. Poderia modificar-se, naturalmente, a quantidade de inputs informacionais de acordo com o desejo de aprendizagem e acúmulo de experiências de cada um, mas não sua capacidade cerebral.
Com o avanço das pesquisas, baseadas em instrumentos de avaliação mais desenvolvidos, sabe-se que em função da neuroplasticidade – a capacidade do sistema nervoso de mudar, adaptar-se a nível estrutural e funcional – o cérebro pode evoluir ao longo da vida, desde que corretamente estimulado, ampliando a complexidade mental da maneira alternada entre períodos de estabilidade e de mudança em seu desenvolvimento. Estudos práticos evidenciam a existência de níveis qualitativamente diferentes de complexidade mental, os quais impactam diretamente na forma como o indivíduo percebe e relaciona-se com o mundo.
Entre os principais representantes desta linha de pesquisa estão os pesquisadores da Harvard University, Robert Kegan e Lisa Laskow Lahey, autores do livro “Imunidade a Mudança: libere seu potencial e faça sua equipe e sua empresa crescerem” (editora Alta Books, 2017). Eles identificaram 3 níveis de complexidade mental, cada um com características claramente identificáveis, os quais denominaram tipos de mente. São eles: a mente socializada, a mente autoral, e a mente autotransformadora. Vamos compreender mais claramente as diferenças.
1. Mente Socializada
É o primeiro platô da complexidade mental adulta, abrangendo a maioria da população em geral. Algumas características comportamentais da pessoa com esse tipo de mente:
Neste tipo de mente ainda encontra-se a maioria dos trabalhadores com mentalidade típica do século XX, chamados de “mão-de-obra”, os mais suscetíveis a serem substituídos por algum tipo de inteligência artificial em algum momento de um futuro não muito distante.
2. Mente Autoral
É o segundo nível de platô da complexidade mental adulta, abrangendo um percentual menor da população. Como o nome já sugere, pode ser caracterizada quando a pessoa começa a tornar-se autora em suas escolhas. Algumas características comportamentais da pessoa com mente autoral:
Neste tipo de mente encontram-se a maioria dos líderes com mentalidade típica do século XX, top-down, mas no qual deveriam encontrar-se os colaboradores do século XXI, pelo nível de proatividade apresentada.
3. Mente Autotransformadora
É o terceiro e último platô da complexidade mental, abrangendo reduzida parcela da população. Nesse nível, a pessoa já consegue um distanciamento crítico não só dos preceitos sociais dominantes, mas também da própria ideologia e autoridade pessoal, pois sabe que sua visão, qualquer que seja, é sempre parcial. Eis algumas características da pessoa com mente autotransformadora:
Neste tipo de mente, o líder lidera para aprender, vendo na diversidade um campo fértil para expandir sua compreensão de si e da vida, autotransformando-se. É onde precisam estar os líderes do século XXI.
Os 3 tipos de mente são intercalados por períodos de desenvolvimento cognitivo intensivos, conectando um platô ao outro, desde que a pessoa seja adequadamente estimulada para a superação de modelos mentais e crenças limitantes que a seguram em cada platô. Para saber mais sobre cada tipo de mente, assista aqui ao podcast que gravei sobre o tema.
Em uma análise rápida, verifica-se facilmente a importância do tema e seus impactos no atual cenário da transformação digital, marcado pela agilidade e horizontalização dos ambientes de trabalho para promover a autonomia das equipes e reduzir o tempo de resposta das organizações. O desafio está em aumentar a complexidade mental, da mente socializada para a mente autoral para os colaboradores em geral, e da mente autoral para a mente autotransformadora para as lideranças.
As características do mundo do trabalho no presente-futuro exigem, cada vez mais, que profissionais e gestores desenvolvam uma nova mentalidade, um novo mindset. Utilizando o Software Mental Assessment é possível mapear qual tipo de mente um dado profissional está manifestando, e planejar o desenvolvimento do seu mindset para que corresponda às expectativas da sua função.
Compartilhe nos comentários como está sua mentalidade e da sua equipe, e como estão respondendo aos desafios que surgem diariamente no seu ramo de atuação.
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